sexta-feira, 18 de julho de 2008

Christian Dior=Noir de luxo

John Galliano se inspirou no clima de film noir para a sua coleção de verão 2010. Make, cabelo e atitude eram definitivamente um revival de divas dos anos 1940, como Lauren Bacall. O cenário, um galpão abandonado envolto por uma névoa, reforçava a atmosfera cult. O trench coat (à la Humphrey Bogart) veio curto, em tecidos nobres, do metalizado ao couro, e muito sexy! Foi a peça-chave, com ombros largos e cintura fina, criando a típica silhueta Dior. E nada de hi-lo nesta maison, só mesmo hi, com tecidos bordados e acabamentos e cortes perfeitos. O contraste aconteceu quando o trench fez par com peças de lingerie - ele vinha por cima de shorts de baby-dolls ou vestidos de noite de chiffon preto. O toque da meia soquete com sapatos de plataforma modernizou o desfile um pouco retrô. E Galliano declarou: "uma nova fragilidade feminina à heroína Dior”.

Giorgio Armani = Alfaiataria leve e renovada = Spring 2010

Uma coisa é sempre certa em um desfile Armani: a consistência. A alfaiataria suave, sua força desde os anos 1980, aparece mais uma vez, em blazers com proporção de ombros perfeita e zíper no lugar dos botões, que dão um aspecto mais moderno às peças. As calças molengas e amplas têm a barra um pouco acima do tornozelos e barra italiana. Mas, mesmo com blazers perfeitos e calças que são puro desejo, as protagonistas do desfile de verão 2010 são as saias, especialmente as em organza com pregas, usadas com tops de um ombro só. O toque original veio com o uso de shorts por baixo delas, tanto em organza como decorados com lantejoulas. Para completar, sapatos de saltos baixos, forte tendência desta estação, acompanham looks para o dia e para a noite.

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Basso & Brooke =Hipnótico =Spring 2010

O encontro entre os mestres da estamparia digital e o rei do hiper-realismo só poderia mesmo resultar em uma explosão visual de cores e formas subversivas. A dupla da Basso & Brooke explora o universo delirante de Jeff Koons e leva à passarela uma gama de vestidos tulipa e secos impressos com grafismos alucinógenos que, ora sugerem paisagens fantásticas, ora formam ziguezagues e fractais. Além dos quadros de Koons, as fotografias de Herb Ritts são responsáveis pelo insight dos recortes em tule- em nude ou preto-, que desenham curvas assimétricas nos cocktail dresses. Bordados em paetês e uma série de materiais tecnológicos, como o impressionante metalizado holográfico, se juntam aos jacquards, lurex, organzas e jérseis causando um jogo de efeitos surpreendentes. Para arrematar, casaquetos cropped e uma variação de peeps e ankles com saltos geométricos.

Totem Verão 2010 The Neverending Summer

A Totem foi buscar no verão escandinavo e no sol da meia-noite, a inspiração para o seu desfile. Nada mais apropriado, afinal a marca, famosa por suas estampas e sua moda despojada, é expert quando o assunto é praia e sol. Suas roupas são a cara do calor. A cartela de cores, ao contrário do que vem sendo a regra geral (cheia de tons fluo), mescla marrom, cru, coral, azul e amarelo. O resultado tem um sutil perfume setentinha. O jeans bem clarinho, superlavado, tem silhueta semi-baggy (lembra-se dela?). Macacões-sarouel estampados trazem uma pitada étnica muito comum à marca. Tudo é leve, solto, colorido. E melhor: despretensioso. Não se trata de reinventar a roda, nem de fazer o melhor desfile de todos os tempos, mas, sim, de criar peças gostosas que saiam da loja, direto para a areia.

SANDPIPER ( grife recria clima praiano e faz guarda-roupa pós-praia ) primavera verão 2009

Napoleão Fonyat forrou a passarela com ladrilhos hidráulicos e ambientou o espaço com folhas de palmeiras e grades. Ou seja, recriou um clube de beira de praia com arquitetura retrô chique. E que clube! Entre as beldades sócias, estavam a atriz Luisa Valdetaro, que fez entrada única num vestidinho listrado curto branco e violeta, e o todo-poderoso Paulo Zulu, que dispensa comentários. Num vaivém de modelitos casuais, que tanto ficariam bem num luau como numa esticada pós-praia, o que se viu foi um série de de vestidos curtos e amplos, com estampas de bolas coloridas e gotas, num geometrismo com um ar bem praiano. Nas estampas, mesclas de xadrez com listras e quadriculados dando vida a algumas peças de alfaiataria. Túnicas, vestidos e shorts em linha A se alternaram com modelagens mais justas. Macaquinhos com estampa de gotas coloridas marcaram presença, assim como a saia comprida reta e estampada com cintura alta. E, para combinar com o clima de balneário, um biquíni solitário e super bem-comportado, com cintura alta franzida e top grandinho, ótimo para um banho de piscina em família.

Salinas Verão 2010 Almodóvar girls

Pin-ups despudoradamente românticas, com direito a saiote e babadinho, calcinha com máxilaçarote no bumbum e estampas de corações flechados, além de shorts-saia e vestidinhos fru-fru com um certo cheiro vintage à la década de 50 dividiam a passarela da Salinas com mocinhas mais contemporâneas, de biquínis mínimos e maiôs de decotes vertiginosos. As peças mais comportadas têm tudo a ver com beira de piscina e iates luxuosos, mas, para a galera da praia, a máxima “menos é mais” ainda é a regra. Tudo bem que a designer Jacqueline de Biase embarcou de vez no universo do cineasta Almodóvar e não economizou no clima apaixonado para criar sua coleção para o verão 2010 – babados (destacáveis, ôba!), laçarotes, penduricalhos e pingentes de coração confirmam o tom over. A boa notícia é que ela não esqueceu daquelas que preferem um verão menos rebuscado e arrebatador. Simplesmente demais os maiôs e biquínis de corte impecável, as amarrações surpreendentes e as cores vibrantes, que criaram geometrias inspiradas.

MARA MAC ( direto do reino do mar ) primavera verão 2009

Mara MacDowell mergulhou na imensidão azul do mar e criou uma coleção marinha, feminina, solta e levíssima para a primavera-verão 2009. O desfile-performance da marca quarentona, que se renova a cada coleção, trouxe a fauna e a flora submarina para a passarela – que, inclusive, era em forma de onda – através de peças com formas arredondadas, contornos ondulados e tiras que conferiam movimento. As modelos eram verdadeiras sereias com tiras/algas presas nos cabelos molhados. A gama eclética de tecidos (neoprene, organza líquida, voil, algodão, tule e tricô) tinha tudo a ver, assim como as sensuais e sutis transparências. As saias, bermudas, shorts e um maxicolete de neoprene eram a confirmação de que estávamos todos mergulhando fundo num mar de azuis, laranjas, berinjelas, areia e alguns poucos pretos. Um grupo de modelos que representava águas-vivas dividia os atos do desfile. Na primeira aparição, elas estavam com uma maxiblusa de seda com estampa digitalizada em tons de cinzas. Água-viva total! Os vestidos eram quase todos balonês, os macacões em modelagens amplas e os tomara-que-caias de tecidos fluidos deixavam claro a intenção da Mara Mac para os dias quentes. As estampas – lindas! – misturavam grandes bolas coloridas, cardumes, listras coloridas e em degradê e tie-dye. A voz de Maria Bethânia contando cantigas sobre rios e mares confirmava que estávamos mesmo no reino de Iemanjá.